domingo, 26 de janeiro de 2014

A LIBERDADE É CONDIÇÃO DO AMOR

JEAN OUSSET
(28 de julho 1914 - 20 de abril de 1994)
 

A LIBERDADE É CONDIÇÃO DO AMOR E O AMOR A ÚNICA RAZÃO DE SER DE NOSSA LIBERDADE

Todo o mistério do homem se encerra no nó desta relação. Se se esquece de um dos dois aspectos, a harmonia desaparece.
Nos encontramos ante os antípodas do liberalismo e do anarquismo libertário.
NÃO! A verdadeira liberdade não pode ser a que eles nos propõem. E não pode ser porque a verdadeira liberdade é, precisamente, condição do amor, só tem sentido em função do amor, ordenada para o amor..., enquanto que, ao contrário, a liberdade liberal nada tem haver com o amor, do qual inclusive é negação, posto que é, por essência, a liberdade da indiferença em relação a tudo que não seja ela mesma, a liberdade que não vem determinada por nenhum afeto, a liberdade que recusa deixar-se obrigar amorosamente, a liberdade à que nada impressiona e que nada deve impressionar sob pena de deixar de ser liberdade.
Liberdade liberal: liberdade não do amor, senão da fuga egoísta, liberdade do “apenas eu” e do “cada um por si”, lei da selva, considerada como princípio fundamental da ordem humana.
Esta não é a liberdade dos filhos de Deus, única liberdade verdadeira. Não pode ser. Digamos mais: Seria insensato que fosse a liberdade de agir de qualquer modo assim como a permissão de não amar à Deus, posto que, pelo contrário, precisamente para que o amemos e possamos amar-lhe realmente (livremente) foi que Deus nos fez livres.
E não apenas não pode ser a liberdade de agir de qualquer modo a liberdade verdadeira porque para amar-lhe foi que Deus nos fez livres; senão que é também porque Ele nos ama, porque quer realmente nosso maior bem, porque quer para nós uma felicidade infinita, razão pela qual Deus não podia querer que a liberdade fosse essencialmente uma liberdade para avançar por caminhos aonde Ele não seria o último fim.   
Se Deus nos tivesse feito livres no sentido literal da palavra, quer dizer, livres com liberdade para fazer qualquer coisa e de ir para qualquer parte, isto seria a prova de que Ele não nos amava; seria como um pai que não se preocupa com seus filhos e para quem não importa vê-los afastados dele.
Mas ao contrário, se Deus nos quis livres foi por amor, porque Ele, que é Deus por natureza, quer fazer de nós deuses por participação, como disse São João da Cruz.

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Fonte: Introducción a la política. 3ª Parte, Dios es amor.
Tradução: Fernando Rodrigues Batista

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