Por: FERNANDO RODRIGUES BATISTA
O
lúcido Marquês de La Tour du Pin assim definiu a Revolução: “A Revolução é a
substituição da religião do Deus feito homem pela religião do homem feito Deus”.
Em
resenha de obra sobre o assunto publicada na – infelizmente – extinta revista
Hora Presente, dirigida pelo saudoso professor José Pedro GALVÃO DE SOUSA, lê-se:
A Revolução nas inteligências vem de longe. Daí é que ela passa as barricadas.
Sua eclosão, precedendo as jornadas revolucionárias nas ruas de Paris em 1789,
foi magnificamente estuda por Augustin COCHIN, que fez compreender o verdadeiro
sentido da Revolução "anti-francesa", dando a conhecer a ação das "sociedades de pensamento". E
a "maneira revolucionária de
pensar". Naquela mesma época foi igualmente, e com alta categoria,
delineada por Bernard FAY em “La
Revolution intellectualle au XVIIIe Siècle en France”, este mesmo Bernard
Fay que mais recentemente nos deu seu livro chave, “La Naissance d´um Monstre”, mostrando como, através da história,
se tem forjado a "opinião pública".
Vem
de longe a Revolução nas ideias.
Mas
o que a Revolução? Em uma substanciosa obra sobre a vida de Pio IX, de autoria
do professor Roberto de MATTEI, lê-se em determinado ponto, claro como a luz do
sol, a já conhecida definição de Revolução de Monsenhor GAUME (La Révolution),
mas que sempre vale a pena trazer à lume:
"Eu não sou o que se pensa.
Muitos falam de mim e muito poucos me conhecem. Eu não sou nem o carbonarismo,
nem a arruaça, nem a mudança de monarquia em república, nem a substituição de
uma dinastia por outra, nem a perturbação momentânea da ordem pública, nem os
furores da Montanha, nem o combate das barricadas, nem a pilhagem, nem o
incêndio, nem a lei agrária, nem a guilhotina, nem os afogamentos. Eu não sou
nem Marat, nem Robespierre, nem Kossuth. Estes homens são meus filhos, não são
eu mesma. Estas coisas são minhas obras, não são eu mesma. Estes homens e estas
coisas são fatos passageiros e eu sou um estado permanente... Eu sou o ódio de
toda ordem que o homem estabeleceu e na qual ele não é rei e Deus ao mesmo
tempo".
Daí
que Charles MAURRAS pode assim conceituá-la: "A revolução verdadeira não é
a revolução na rua, é a maneira revolucionária de pensar".
Lembremos
ainda, nestas breves notas, as duras, porém verdadeiras, palavras do Padre Luc
J. LEFÈVRE [Ver o artigo “As ‘novidades’ na Igreja Católica"]:
"Em
nosso tempo de Revolução, de revolução que se cobre, segundo as circunstâncias,
de etiquetas diversas: libertação, independência ou socialismo, o único direito
com valor absoluto seria o direito dos ideólogos, de que gozam secundariamente
os terroristas que os servem".
E
arremata:
"Os
assassinos da Fé são, hoje, os especialistas, os teólogos. Suas armas de morte?
A liberdade, a história, a ciência, a consciência, e mais recentemente esta
arma de persuasão: o pluralismo (Armas que eram das "Oficinas" das
lojas maçônicas, antes de 1789)”.
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