quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

CAUSAS PERMANENTES DO LIBERALISMO NA SOCIEDADE ATUAL

R. P. FÉLIX SARDÁ Y SALVANY
(21 de maio de 1841 – 02 de janeiro de 1916) 

Além destes caminhos por onde se chega ao liberalismo, há o que poderíamos chamar causas permanentes dele na sociedade atual; e nestas havendo de procurar os motivos por que se torna tão difícil a sua extirpação.
São em primeiro lugar causas permanentes do Liberalismo as mesmas que indicamos como caminhos ou resvaladios que conduzem a ele. Diz a filosofia: per quoe res gignitur, per eadem et servatur et augetur: “As coisas comumente se conservam e aumentam pelas mesmas causas por que nasceram”. Porém, além daquelas podemos indicar algumas outras que oferecem caráter especial.

1. – Pela corrupção dos costumes. A maçonaria o decretou, e cumpre-se à letra o seu programa infernal. Espetáculos, livros, quadros, costumes públicos e privados, tudo se procura saturar de obscenidade e lascívia; o resultado é inevitável: de uma geração imunda sairá por necessidade uma geração revolucionária. Assim se nota o empenho que tem o Liberalismo em dar rédea solta a todo o excesso de imoralidade. Ele sabe bem quanto esta o serve. É seu natural apostolo e propagandista.

2 – O jornalismo. É incalculável a influencia que exercem sem cessar tantas publicações periódicas que o Liberalismo espalha cada dia por toda a parte. Elas fazem (parece mentira!) com que o cidadão, quer queira quer não, tenha de viver hoje dentro de uma atmosfera liberal. O comercio, as artes, a literatura, a ciência, a política, as noticias nacionais e estrangeiras, tudo gira quase por vias liberais; tudo conseguintemente toma por necessidade a cor ou feição liberal. E encontra-se quem, sema adverti-lo, pensa, fala e obra à liberal; tal é a maléfica influência deste envenenado ambiente que se respira. O pobre povo respira-o com mais facilidade do que ninguém, por sua natural boa fé. Recebe-o em prosa, em verso, em gravuras e caricaturas, na praça, na oficina, no campo, em toda a parte. Este magistério liberal se apoderou dele e não o larga um instante.
 
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Fonte: O liberalismo é pecado. São Paulo: Editora Panorama, 1949, p. 127-128.

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