sábado, 25 de janeiro de 2014

CRUZ SALVADORA!


Por: FREI BENVINDO DESTAFANI O. F. M.
 

A brutalidade dos fatos demonstra que a teoria que aquilata o moral pelo intelectual dos povos não é fazenda fina, mas uma baeta. Não é uma verdade, mas um sofisma. A história universal, este resumo da humanidade, patenteia claramente que não há progresso social, onde o espírito religioso se enfraquece, oblitera ou morre.
Muitos invocam a liberdade como salvatério. Deveras. A liberdade é um grande princípio que, mal dirigido, pode tornar-se anárquico e desorganizador. Pois, a liberdade é qual um cavalo fogoso, o qual carece de freio para conter-lhe os passos, a marcha precipitada que, sem o freio, leva o cavaleiro ao precipício.
A única formula salvadora é a cruz de Cristo. A cruz é o martírio, mas é a genuína liberdade. Porquanto, sem religião não há vida moral. Cristo plantou, entre dores e lágrimas, a suprema verdade na cruz.
O nauta, açoitado por iroso oceano, volve-se para cruz. O agonizante procura a cruz nos derradeiros paroxismos.
Assim, as nações deverão pedir à cruz alento, vigor e vida. A cruz deverá ser a bandeira e o lema que salvará o mundo. A cruz de Cristo jamais capitulará, porque cravada nas mais altas trincheiras do coração e da razão. A cruz é martírio, mas é liberdade! Voltemos à cruz salvadora!
No turbilhão que varre a humanidade, tudo passa. A filosofia chocha, a ciência balofa, o progresso fementido, tudo isso desaparece. Só não morre a religião da cruz, porque essa é o pólo, seguro e imóvel no seio da eterna flutuação das coisas criadas:

- Stat cruz dum vólvitur orgis: “Permanece inconcussa a cruz, enquanto gira o orbe!”

A doutrina da cruz varre a mentira, despedaça os erros, encoraja os humildes, requeima os orgulhosos, dardeja verdades e destrói ídolos que o mundo adora.
Curvemo-nos, portanto, ante a sacrossanta cruz, único farol que, neste turbilhão de poeira dos tempos modernos, pode rasgar as trevas que encobrem o futuro sombrio e presago! Ave, cruz, spes única!...
 
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Fonte: Ao entardecer, São Paulo: Edições Paulinas, 1957, p. 237-239.

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