PE. JULIO MEINVIELLE
(31 de agosto de 1905 - 02 de agosto de 1973)
"O
mundo moderno é, por essência, totalitário. Poderá deixar de ser liberal e
também comunista, porém não deixará de ser totalitário. Porque o que o
distingue e o constitui é precisamente o enfrentar-se com a Igreja e pretender,
sem Ela, abarcar todo homem. De mais a mais... o Mundo Moderno, ao
constituir-se em Deus, tem que absorver todas as atividades e aspirações do
homem. O Mundo se converte em Igreja. Em Contra-Igreja. Em suma
"Teocracia" absoluta e totalitária. (p. 119-120)
"A
Europa Cristã, que ainda continua alimentando e sustentando os poucos restos de
valores humanos subsistentes no mundo de hoje, foi levantada por Reis e monges
santos, que trabalharam eficazmente pelo bem dos povos, precisamente porque
haviam sabido tomar a sério o Evangelho e realizá-lo em si mesmos pelo perfeito
desprendimento do amor à si mesmos e pelo perfeito amor de Deus" (p.
112-113)
"A
civilização moderna, ou a Revolução, se nos apresenta como um processo
canceroso, que se desenvolve sobre o corpo vigoroso da civilização cristã e que
a esta devorando numa ação de cinco séculos. As grandes manchas deste processo
canceroso tomam o nome de naturalismo, liberalismo, socialismo, comunismo e
tecnocracia" (p. 154)
"Primeiramente,
o homem vê-se privado de sua condição de imagem sobrenatural de Deus que a
verdade e a graça de Cristo lhe proporcionam. Fica reduzido à sua condição
puramente humana, racional, filosófica, política; é imagem natural de Deus por
sua inteligência e vontade. Mas logo, quando o processo de degradação continua,
outra Revolução se verifica, outra degradação, que consiste na privação desta
imagem natural de Deus, e em consequência fica o homem reduzido à condição de
puro animal, sem outra preocupação que a satisfação das necessidades materiais
proporcionadas pelo gozo sensível da vida. O homem passa a viver impulsionado
pelo gozo econômico das riquezas".
"O
homem totalmente degradado e sem o ordenamento do sobrenatural, do natural e
ainda do animal, não há de servir senão para ser utilizado como uma peça na
edificação da sociedade máquina, da torre de babel" (p. 164).
***
Fonte: MEINVIELLE, Julio. La iglesia y el mundo moderno,
Buenos Aires: Ediciones Theoria, .
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