segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

AS CONDIÇÕES DA RECONQUISTA CRISTÃ



 
Trazemos aos amigos do Grupo Dom Bosco, do Círculo de Estudos e amigos em geral, excertos de uma conferência pronunciada pelo professor suíço JEAN DE SIEBENTHAL, aonde se evidenciam os princípios mais comezinhos que devem nortear as atividades daqueles que defendem a Realeza de NSJC. O Autor fez parte do “Ofício internacional de obras de formação cívica e de ação cultural segundo o direito natural cristão” [prestigiosa entidade criada por Jean Ousset], foi Professor da Escola Politécnica Federal de Lausanne e Presidente do Ofício Suíço de Formação e de Ação Cívica.

 
1) Possibilidade 

Humanamente, esta reconquista parece impossível. O ateísmo e o humanismo secularizado se estendem. Em nome da liberdade religiosa, os Estados nominalmente cristãos abandonam a base de suas constituições; a democracia do Contrato Social segue sua derrocada para o gulag. Difunde-se nos meios de comunicação os sinais de uma retificação, no entanto servem amiúde como os promotores da laicização. Para iniciar ou prosseguir uma reconquista cristã, aponto que não é necessário esperar para empreender, nem ter êxito para perseverar. Alguns começam uma reconquista da opinião pública: no entanto, o trabalho profundo segue sendo necessário e possível somente com o poder divino. “Todo poder me foi dado, no céu e sobre a terra” disse o Senhor, por uma parte, e por outra: “Pedis e recebereis”. Peçam o reino do Senhor e se nos concederá isso. Que Seu Nome seja glorificado por toda a terra. Estamos em uma fogueira de paixões e as torrentes de chamas da Revolução nos abrumam. Sejamos como as três jovens na fogueira que dizem (Dan 3): "Benedicite, omnia opera Domini, Domino; laudate et superexaltate eurn in saecula". 

2) Reconquista de si mesmo 

Não restam dúvidas então. No entanto, a reconquista começa no interior de cada um de nós. Inútil acusar a outras pessoas, colocar a responsabilidade da reconquista sobre outros, se não tendermos com todas nossas forças para nossa santificação, através de esforços, sacrifícios, fazendo uma reorganização profunda de nossas vidas, de nossas atividades, podando as superficialidades, algumas conveniências, rechaçando as coisas vãs. Para evitar em seu país o espectro do nazismo, Winston Churchill não prometia aos ingleses "sangue, suor e lágrimas"? Certamente a Redenção custou muito mais a Nosso Senhor: as lágrimas que derramou por Jerusalém, o suor de seu sangue no jardim da Agonia e todo sangue de seu coração na Cruz. E não entraríamos nesta perspectiva, negando-nos a unir nossas lágrimas, nosso suor, nosso sangue próprio ao de Cristo, ao sangue dos cristãos perseguidos. Nós não podemos esperar que um milagre traga a reconquista sem nossa transpiração, ou esperar algum grande monarca em um grande trono… suspirar por um mundo melhor no mundanismo, sobre plagas paradisíacas. Certamente, o Decálogo já impõe exigências dolorosas no plano pessoal, mas a reconquista não tem sentido se sigo adúltero, concupiscente, mentiroso, violento, preguiçoso, se não santifico o domingo, todo o domingo, se a preocupação das noticias da terra eclipsa as noticias do Alto. A reconquista exige a nível pessoal a vida das bem aventuranças, a pratica da caridade. A santificação pessoal de São Luís não se refletiu sobre seu século, sobre seu país?

O cristão, se bem que pode prevalecer-se de direitos, só tem essencialmente deveres, e sobre tudo o grande dever de passar a ser o que é, ou seja, por sua perseverante vontade, apontar sua existência de acordo a sua essência de batizado prometido para a vida eterna. Ante este dever, todos os direitos aparecem. Cada um de nós existe como um piano mais ou menos desafinado, e que trabalho é ajustar cada corda segundo a essência de uma nota bem suave, segundo a harmonia da ordem! Que cacofonia se nossas cordas permanecessem à margem da norma de origem divina! Basta uma nota falsa para arruinar toda uma peça… Compor uma sinfonia social com um conjunto de instrumentos desafinados; que desastre! É o espetáculo do mundo, desgraçadamente. Seria necessário diminuir ao mínimo as dissonâncias inevitáveis.

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